quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Castanheiro

Castanheiro, (Castanea sativa) é uma árvore de grande porte, muito abundante no interior norte e centro de Portugal, cujo fruto (ouriço) contém a castanha, que formou, juntamente com o trigo, cevada e centeio, a base da alimentação em Portugal até ao século XVII. No sul é rara, apenas aparecendo em áreas muito elevadas como a Serra de São Mamede (Marvão).
O castanheiro produz também madeira de excelente qualidade, o castanho, muito usada no passado na construção em Portugal, nomeadamente na região norte do país. É ainda hoje muito utilizada em mobília e decoração interior. Desde tempos remotos que é conhecida na Península Ibérica.
Alberto Sampaio, referindo-se à alimentação do camponês nortenho na Idade Média, diz: «Os frutos, sobretudo as castanhas, encontravam-se num dia ou noutro na mesa do lavrador». As castanhas menores e tocadas pelos bichos serviam de ração para porcos. A partir da Idade Média, a introdução do pinheiro-bravo (Pinus pinaster) foi um dos grandes responsáveis pelo recuo desta espécie, bem como do carvalho. Mais tarde, a introdução do milho e da batata fizeram a castanha perder a importância que tinha na alimentação da população.
Hoje, a castanha está intimamente ligada às comemorações de São Martinho e ao Magusto, sendo consumida durante o outono, normalmente assada ou cozida. Apesar de a planta se encontrar em declínio, devido à concorrência de outras espécies florestais, à doença da tinta e ao abandono dos campos, o seu fruto ainda é uma exportação agrícola portuguesa importante (aproximadamente 4% da produção mundial).
Atualmente os concelhos de Vila Pouca de Aguiar e Valpaços, na província de Trás-os-Montes são os maiores produtores de castanha, e embora este fruto não seja, nos dias de hoje, a base da alimentação da população transmontana, é uma enorme fonte de rendimento em termos monetários.
A um conjunto de castanheiros chama-se souto, soito ou castinçal.

Azinheira

As azinheiras (Quercus ilex) são árvores que chegam a medir até 10 metros de altura. Pertencem à família das fagáceas. Possuem folhas ligeiramente espinhosas nos espécimes adultos, flores masculinas em amentos, as femininas em panículas e frutos ovóides, revestidos, em parte, por escamas.
Nativas da região Mediterrânica da Europa e Norte da África, a sua madeira é dura e resistente à putrefação, sendo largamente utilizada, desde a antiguidade até os dias atuais, na construção de habitações (vigas e pilares), embarcações, barris para envelhecimento de vinhos e na fabricação de ferramentas. Ainda hoje, a sua madeira é utilizada como lenha e na fabricação de carvão, que continua sendo uma importante fonte de combustível doméstico em muitas regiões Ibéricas.
Esta árvore é muito abundante em Portugal, formando extensos montados chamados montados de azinhos.Em certas situações de temperatura alta e secura extremas, associada a outros arbustos, forma um matagal que constitui a única protecção do solo.
A azinheira é uma das poucas árvores que, por ser valiosa, tem uma protecção em Portugal (Decreto-Lei n.º 169/2001).

Sobreiro


sobreirosobrosobreira ou chaparro (Quercus suber) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça. O sobreiro é, juntamente com o Pinheiro-bravo, uma das espécies de árvores mais predominante em Portugal, sendo mais comum no Alentejo litoral e serras Algarvias.
É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extração da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir nova camada de "casca" (suber) com idêntica espessura a cada 9 anos. Pode ter até 20 metros mas normalmente terá 15 metros.
O sobreiro faz parte da vegetação natural da Península Ibérica, sendo espontâneo em muitos locais de Portugal e Espanha, onde constituía, antes da acção do Homem, frondosas florestas em associação com outras espécies, nomeadamente do género Quercus.
A finalidade da cortiça é o fabrico de isolantes térmicos, tecido de cortiça (vestuário, acessórios como malas, bolsas, carteiras e sapatos), materiais de isolamento sonoro de aplicação variada e ainda indústria aeronáutica, automobilística e até aeroespacial, mas sobretudo é utilizada na produção de rolhas para engarrafamento de vinhos e outros líquidos. 
Os montados são sistemas agro-silvo-pastoris e um dos exemplos de sistemas tradicionais sustentáveis de uso no solo da Europa. Representam uma área de aproximadamente 1,2 Mha, a maior parte na região do Alentejo, no sul de Portugal. O valor económico dos montados deve-se, essencialmente, à produção de cortiça, estando a sua importância cultural relacionada com o papel que têm na conservação da biodiversidade e valores históricos como o registo de sistemas sociais e agrícolas tradicionais. Desde o século XIV, que Portugal já exportava cortiça para o Reino Unido e Flandres. A gestão tradicional dos Montados permite combinar dois objectivos importantes a produção agro-pastoril e conservação do ecossistema. Além da cortiça, o sobreiro dá o fruto que é a bolota, também conhecida por lande ou ainda (mais correctamente) glande, que serve para alimentar as varas do porco preto alentejano,  do qual se faz o além de enchidos o presunto ibérico ou presunto de pata negra.

Carvalho


Carvalho é a designação comum das cerca de seiscentas espécies de árvores do género Quercus da família Fagaceaee de outros géneros relacionados, nomeadamente Lithocarpus. O género é nativo do hemisfério norte e inclui tanto espécies caducas como perenes que se estendem desde latitudes altas até à Ásia tropical e a América. Em geral, as espécies de folha caduca distribuem-se mais para o norte e as de folha persistente para o sul. Os frutos do carvalho chamam-se bolotas ou landes.


Algumas espécies mais comuns :
Por vezes, é difícil identificar as diversas espécies pois estas formam híbridos entre si.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016


23 de novembro - Dia da Floresta Autóctone

Este dia foi estabelecido para promover a divulgação da importância da conservação das florestas naturais, apresentando-se simultaneamente como um dia mais adaptado às condições climatéricas de Portugal e Espanha para se proceder à sementeira ou plantação de árvores, alternativo ao Dia Mundial da Floresta, dia 21 de março, que foi criado inicialmente para os países do Norte da Europa.
A plantação de árvores na Primavera em Portugal apresenta, frequentemente, um baixo sucesso associado ao aumento das temperaturas e redução das chuvas que se faz sentir com a proximidade do Verão. Novembro é a época ideal para plantar árvores de espécies autóctones. Uma sugestão adicional: em março, Dia Internacional das Florestas, aproveite para verificar se as jovens árvores necessitam de rega.
Cerca de 38% do território continental português é constituído por área florestal, representando uma mais valia efetiva na conservação da Natureza e da biodiversidade na produção de oxigénio, na fixação de gases com efeito de estufa (dióxido de carbono), proteção do solo e manutenção do regime hídrico.
A floresta que é constituída por árvores de espécies originárias do nosso território que estão adaptadas ao nosso clima, tais como: os carvalhos, os sobreiros e as azinheiras, os castanheiros, os medronheiros, os azereiros, os loureiros, os azevinhos
A floresta autóctone portuguesa é formada por árvores de crescimento tipicamente mais lento do que as espécies de árvores introduzidas, mas que adquiriram a capacidade de melhor resistir a longos períodos de seca com temperaturas elevadas e intercalados por chuvas relativamente intensas.São florestas também resilientes aos incêndios, que fustigam regularmente os territórios do sul da Europa.
A participação e a colaboração de todos é fundamental para que a nossa floresta autóctone esteja cada vez mais protegida. E todos poderemos contribuir para a preservação e expansão das nossas espécies indígenas, bastará que cada um de nós recolha algumas sementes, faça-as germinar e plante num terreno das imediações para que a floresta portuguesa retome cada vez mais o lugar que já ocupou no passado e constitua um espaço de salvaguarda da nossa biodiversidade.

Fontes: Quercus e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas